Operação da PF mira supostos crimes de corrupção no Poder Judiciário de Alagoas

A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (4) a Operação Pecunia non Olet para investigar crimes de corrupção praticados por membros do Poder Judiciário do Estado de Alagoas. Um dos alvos da operação, que aconteceu em Maceió (AL) e Curitiba (PR), foi o desembargador Celyrio Accioly. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça.

A reportagem tentou contato por telefone com o desembargador, mas não conseguiu.

O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) informou, por meio de nota, que recebeu uma comissão de delegados da PF que cumpriam mandados de busca e apreensão relacionados a um inquérito que tramita no STJ. Ainda segundo a nota, o Tribunal colaborou com a ação e viabilizou o acesso aos locais, aos setores e aos documentos necessários à apuração de todas as informações solicitadas.

Segundo a PF, a investigação aponta que agentes públicos e advogados intermediaram o atraso de julgamentos e o proferimento de decisões favoráveis aos interesses de uma empresa do ramo da educação, em troca do pagamentos de gastos do magistrado.

Se comprovada a participação, os envolvidos poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, além de advocacia administrativa, situação em que agentes públicos promovem interesses ilegítimos, solicitando retardamento, ação ou omissão de atos de ofício, em contrariedade aos preceitos e princípios legais.

A OAB Alagoas informou que a Diretoria de Prerrogativas foi acionada nesta manhã para acompanhar a operação da PF, com o objetivo de resguardar as prerrogativas de advogados alvos de mandados de busca e apreensão.

Desembargador foi vice-presidente do TJ

Celyrio Accioly era juiz e ingressou na magistratura em 1986. Em 2015, assumiu como desembargador do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ele foi nomeado para o cargo de desembargador do TJ-AL em 2016, pelo critério de antiguidade. Um ano depois, foi escolhido como vice-presidente do Tribunal, no biênio de 2017 e 2018.

Fonte: G1AL