Contra onda de violência, militares realizam manifestação nesta terça-feira, 20

Revoltados com a onda de assassinatos de policiais militares em Sergipe, só em 2015 já foram sete homicídios, a categoria realiza nesta terça-feira (20), a partir das 14h, uma grande manifestação na Praça Fausto Cardoso, localizada no Centro da Cidade.

A indignação dos policiais ganhou força após as mortes de dois militares num intervalo de pouco mais de 24h: o sargento Valdomiro dos Passos Filho foi assassinado na última sexta-feira (16) em frente ao Banese do bairro Santos Dumont, e Luciano dos Santos Menezes, policial militar aposentado da reserva, morreu na noite de sábado (17) ao reagir a assalto dentro de um ônibus.

“Nós estamos indignados porque não estamos vendo o Estado tomar providência. Ou seja, a situação está tão grave porque não é só a sociedade civil que está em risco, aqueles que a protegem estão morrendo a todo o momento”, disse o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Sergipe (Assomise), tenente-coronel Adriano Reis.

O Coronel Adriano disse que o tráfico de drogas é responsável por todas as ações dos marginais. “É preciso tomar uma atitude. A sociedade precisa se organizar para nos fortalecer. Nós conclamamos a todos para que nos apoie para cobrar do Estado uma postura enérgica, que hoje está dormindo em berço esplêndido”, afirmou.

As mortes dos policiais geraram boatos que se espalharam pela sociedade, como a que marginais estavam matando policiais numa espécie de “caçada”. No entanto, o boato foi categoricamente desmentido pelo assessor de Comunicação da PM-SE, tenente-coronel Paulo Paiva. 

“Foram crimes completamente distintos. O primeiro fato foi o de um policial que estava fazendo sozinho a segurança de um depósito bancário vultoso, sem nenhum apoio. Na hora que ele foi morto ele não estava como policial, estava como um segurança particular", explicou Paiva

 

No segundo caso, ainda conforme Paiva, o soldado reformado Luciano dos Santos Menezes não tinha nenhuma obrigação de agir dentro do ônibus, porém teve a coragem e o compromisso de tentar proteger a sociedade ao evitar o assalto. "Ele reagiu, infelizmente de forma mal sucedida. Então, diferente do que estão divulgando, os marginais dos ônibus não mataram o soldado porque perceberam que ele era policial. Ele conseguiu conter um dos marginais, mas não percebeu que na parte dos fundos do ônibus havia outro assaltante, que atirou covardemente na sua cabeça”, completou o tenente-coronel Paiva.