Rivais republicanos anunciam acordo para barrar nomeação de Trump
Ted Cruz e John Kasich, rivais republicanos na disputa pela indicação à candidatura à Presidência dos Estados Unidos, anunciaram na noite deste domingo (24) um acordo para unir forças e tentar impedir que Donald Trump, líder nas prévias do partido, conquiste a nomeação.
Em comunicado, a equipe de Cruz informou que o candidato irá centrar sua campanha no Estado de Indiana e dar a Kasich espaço em Oregon e Novo México, locais onde o governador de Ohio espera se sair bem. Kasich, em troca, concordou em seguir para o oeste, longe de Indiana.
As campanhas de Cruz e Kasich acreditam que o acordo de "ceder" Estados onde os candidatos parecem fortes pode limitar a habilidade de Trump de conseguir mais delegados. Alguns estrategistas republicanos que se opõem a Trump pedem por um acordo deste tipo há semanas. A questão é se ele foi realizado tarde demais.
Trump ganhou a maior parte das disputas estaduais, mas ainda precisa percorrer longo caminho para conseguir os 1.237 delegados necessários para a nomeação. Trump lidera a disputa com 845 delegados, contra 559 de Cruz e 171 de Kasich, segundo contagem do site "Real Clear Politics".
Os rivais do magnata sabem que a única opção para deter Trump é uma convenção aberta (que pode escolher de maneira livre o candidato do partido caso nenhum aspirante chegue ao evento com os 1.237 delegados garantidos).
Cinco Estados votarão nesta terça-feira (25) na disputa interna republicana -Connecticut, Delaware, Maryland, Pensilvânia e Rhode Island-, e Trump lidera as pesquisas em todos eles. Já a primária de Indiana ocorrerá no dia 3 de maio, seguida por Oregon, em 17 de maio, e pelo Novo México, em 7 de junho.
Jeff Roe, chefe da campanha de Cruz, disse que o magnata de Nova York, que já proferiu ofensas a mulheres, hispânicos e outras minorias, perderia de um candidato democrata nas eleições gerais em 8 de novembro.
"Ter Donald Trump na cabeça da chapa em novembro seria um desastre certo para os republicanos. Não apenas seria esmagado por [Hillary] Clinton ou [Bernie] Sanders, como tê-lo como nosso candidato faria o partido retroceder uma geração", afirmou ele, em um comunicado.
A equipe de Kasich, governador de Ohio, divulgou uma declaração similar. "Nosso objetivo é ter uma convenção aberta em Cleveland (em julho), na qual estamos confiantes que emergirá um candidato capaz de unir o partido e vencer em novembro", expressou.
Após o anúncio, Trump escreveu no Twitter: "Uau, acabaram de anunciar que o mentiroso do Ted e o Kasich irão conspirar para impedir que eu consiga a nomeação republicana. DESESPERO!".
O polêmico candidato frequentemente se queixa de "armação" no processo de nomeação no Partido Republicano contra ele porque membros mais antigos se opõem à sua candidatura, mas estes argumentam que as leis para a escolha dos delegados não foram modificadas.
O grupo #NeverTrump ("Nunca Trump), que reúne fundos para combater a candidatura do bilionário, apoiou o pacto.
"Não importa se você apoia Ted Cruz ou John Kasich, uma segunda votação na Convenção [republicana] é imperativa para barrar Donald Trump. Nós estamos felizes em ver as campanhas de Kasich e Cruz utilizando estrategicamente seus recursos para impedir que Trump comande onde eles estão em maior posição de fazer isso", disse o conselheiro sênior do grupo, Rory Cooper.