Cinco dos oito mortos no atentado em Nova York são argentinos

Cinco dos oito mortos no atentado terrorista ocorrido nessa terça-feira (31) no centro de Nova York são argentinos, informou o Ministério de Relações Exteriores da Argentina. Mais um argentino foi ferido e está internado, mas fora de perigo. As informações são da Agência Brasil.

As vítimas eram parte de um grupo de dez ex-alunos da Escola Politécnica de Rosário – uma cidade a 300 quilômetros da capital, Buenos Aires. Eles tinham viajado aos Estados Unidos para comemorar os 30 anos de formatura e estavam passeando de bicicleta pelo bairro de Manhattan, quando foram atropelados.

O autor do atentado foi identificado como Sayfullo Saipov – um homem de 29 anos, nascido no Uzbequistão, que vive nos Estados Unidos desde 2010. Ele jogou uma caminhonete alugada contra pedestres e ciclistas, numa ciclovia movimentada no centro de Nova York. Só parou quando bateu em um ônibus escolar. Segundo testemunhas, ele desceu do veiculo gritando “Allahu Akbar” (Deus é grande, em árabe), antes de ser baleado pela polícia.

Os argentinos mortos foram identificados como Hernán Diego Mendoza, Diego Enrique Angelini, Alejandro Damián Pagnucco, Ariel Erlij y Hernán Ferruchi. Martín Ludovico continua no Presbiterian Hospital de Manhattan, mas está fora de perigo.

Susto

Cecilia Piedrabuena soube do atentado em Nova York por um telefonema do marido, Ariel Bienvenuto, que acabava de ver seus amigos serem atropelados por uma caminhonete. Ele estava junto com o grupo, mas não foi atingido. “Ele disse que ouviu um veículo acelerando e passando por cima de cinco amigos”, contou.

Segundo Cecilia, eles eram muito unidos e se reuniam mais de uma vez por ano. Dessa vez, marcaram o encontro em Nova York porque um deles vivia lá e o outro em Boston. A viagem foi organizada por Ariel Elrij, 48 anos, que era empresário e ajudou a pagar os custos.

“Queriam ir juntos ao Central Park e cruzar a ponte de Brooklyn – mas nunca chegaram”, contou Cecilia, em entrevista a uma emissora de rádio de Rosário. Eles iam pedalando, de dois em dois na ciclovia, conversando. O marido dela era o último da fila, do lado esquerdo, por isso se salvou do atropelamento. Pelos cálculos dele, a caminhonete estava a uma velocidade de 150 quilômetros por hora. “Todos os que iam do lado direito foram atropelados”, disse Cecilia. “Meu marido escapou por 20 centímetros”.

Outro membro do grupo, Martin Ludovico Marra, caiu da bicicleta e bateu com a cabeça. Ele foi internado no Presbitirian Hospital de Manhattan e está fora de perigo, segundo o Ministério das Relações Exteriores da Argentina. O presidente da Argentina, Mauricio Macri, condenou o atentado e disse que “no mundo hoje não há meio termo na luta contra o terrorismo” e que todos devem estar “comprometidos dos pés a cabeça” nessa luta.