Bispo nega comunhão a senador pró-aborto, que reage politizando o caso
Bispo nega comunhão a senador pró-aborto nos Estados Unidos e ele reage politizando e polemizando a situação. O fato envolve dom Peter Baldacchino, bispo de Las Cruces, no estado do Novo México, e Joe Cervantes, senador do mesmo estado. Diferentemente do Brasil, as unidades da federação norte-americana têm deputados e senadores estaduais.
O político usou as redes sociais para declarar: “A comunhão me foi negada ontem à noite pelo bispo católico aqui em Las Cruces, com base no meu cargo político. Meu novo pároco indicou que fará o mesmo depois do último ter sido expulso. Por favor, rezem pelas autoridades da Igreja diante das transições católicas sob o Papa Francisco”.
Em outras palavras, o senador alega, erroneamente, que o motivo de não ter recebido a Santíssima Eucaristia seria o próprio fato de ser senador.
Se este disparate fosse verdade, nenhum outro senador poderia comungar, o que notoriamente não é o caso. A verdadeira razão pela qual Joe Cervantes não pode receber o Corpo e o Sangue de Cristo, em conformidade com a doutrina católica, é o fato de que ele apoia publicamente o aborto.
Bispo nega comunhão a senador pró-aborto
De fato, em declarações à agência de notícias CNA, a Diocese de Las Cruces informa que chegou a advertir várias vezes o senador de que ele não poderia comungar. O porta-voz do bispado local, Christopher Velasquez, afirmou que o a diocese fez diversas tentativas de contato prévio com Joe Cervantes para lhe comunicar que ele não deveria receber a Eucaristia por ter co-patrocinado e votado a favor de um projeto de lei pró-aborto no Senado. Christopher Velasquez acrescenta: “Não aconteceu de repente. Como diocese, lamentamos a decisão do senador Cervantes de politizar esta questão”.
Segundo Velasquez, o próprio bispo dom Peter procurou o político para tratar do assunto em particular. O porta-voz também ressaltou que a negação da comunhão ao senador “nada tem a ver com o seu cargo”, mas sim “com o projeto de lei 10 do Senado”, que visa descriminalizar o aborto no território do Novo México.
Um precedente que repercutiu no mundo todo
O atual presidente dos Estados Unidos também já teve a Comunhão negada pela mesma razão: ele apoia pública e ativamente o aborto, agindo para favorecê-lo. Na ocasião, em outubro de 2019, Joe Biden ainda não era o presidente do país. O pe. Robert Morey, da igreja de Santo Antônio em Charleston, na Carolina do Sul, seguiu as instruções do Código de Direito Canônico (cân. 915) que dão ao sacerdote a prerrogativa de negar a Comunhão às pessoas excomungadas ou que optem por viver em pecado mortal. Quem pratica ou colabora ativamente para a consecução do aborto incorre em excomunhão automática (latae sententiae) segundo o cânone 1398 do Código de Direito Canônico.
Além do Código de Direito Canônico, também o Catecismo da Igreja Católica é muito claro a esse respeito. O número 2271 recorda que, desde o século I, a Igreja afirma “a malícia moral de todo aborto provocado”. O mesmo número do Catecismo reforça que “esta doutrina não mudou” e que “o aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral”.
Fonte: Aleteia