Orsse homenageia a Inconfidência Mineira em concerto

Nesta quinta-feira (21), a Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse) realiza o segundo concerto da Série Cajueiros 2016, no Teatro Tobias Barreto, com o espetáculo ‘Inconfidência Mineira e a Música Revolucionária’. Composta pela apresentação de grandes obras do repertório clássico, a Série Cajueiros tem como objetivo a consolidação da orquestra junto ao público sergipano. A regência será do maestro adjunto Daniel Nery. Os ingressos, a preços populares, já estão disponíveis para venda nas bilheterias do teatro. A apresentação será às 20h30.

 

“A epígrafe da obra, ‘Sinfonia Heróica’, composta em honra à memória de um grande homem, sintetiza o concerto da Orsse. É uma homenagem da orquestra aos nossos heróis inconfidentes”, comenta o maestro Daniel Nery.

 

História x Concerto

 

A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta abortada pelo governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na então capitania de Minas Gerais, no Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio português. Foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial. Para esse concerto duas obras emblemáticas que caracterizam o período: a Suíte Vila Rica, do brasileiro Mozart Camargo Guarnieri e a sinfonia nº3, Heroica, de Ludwig van Beethoven.

 

A Suíte Vila Rica foi composta a partir da trilha sonora produzida por Guarnieri em 1957 para o filme Rebelião em Vila Rica. A peça, inicialmente escrita para ilustrar as cenas do filme, foi reelaborada, no ano seguinte. A obra desse período de Guarnieri constituiu-se em uma expressão emblemática de aspectos peculiares do ‘nacional-modernismo’ através de configurações rítmicas e melódicas diretamente ligadas à identidade brasileira. É possível reconhecer, na Suíte, elementos inspirados nas modinhas, toadas, cantigas infantis, rodas das violas caipiras e danças de origem africana.

 

Já a terceira Sinfonia de Beethoven, o compositor a apelidou de "Heroica" em homenagem a Napoleão, em 1803. Ele idealizava o governante francês como um democrata, libertador das tiranias dos monarcas franceses, depostos na recente revolução. O entusiasmo do compositor era tamanho que ele planejava mudar-se de Viena para Paris, e presentear a obra a Napoleão pessoalmente. Entretanto, apenas alguns meses depois de estreada, em dezembro de 1804, Beethoven toma conhecimento de que Napoleão se autoproclamara ele mesmo "imperador". O compositor desiste então da mudança para a França e retira a dedicatória. Mas já era tarde: o apelido ficou mantido naquela que seria uma de suas mais revolucionárias e principais obras e, ao lado da 5ª e da 9ª sinfonias, forma a tríade que sintetiza todo o ideal musical do compositor.