Arquivo público resgata história política e cultural
Reconstruir a história através de documentos, possibilitando diversas pesquisas textuais e visuais. Essa tem sido a função do Arquivo Público da Cidade de Aracaju, unidade da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), que faz um trabalho de preservação da memória da cidade.
A reorganização do arquivo tem como intuito facilitar as pesquisas sobre a cultura, política, desenvolvimento e história de Aracaju. A coordenadora da unidade Rita de Cássia, explica que foram separadas todas as documentações por gestor, da primeira até a atual. O resultado poderá ser conferido através do Guia Memória dos Gestores da Capital previsto para ser lançado no fim do ano.
Outro trabalho tem sido catalogar e descrever a arquitetura das casas antigas através das plantas e projetos. “Com dessas plantas dá para perceber o ano que teve mais desenvolvimento em Aracaju. Por exemplo, a partir da década de sessenta disparou as construção de casa de luxo”, fala.
Patrícia Coutinho, historiadora e pesquisadora do arquivo, fala que a grande importância do espaço é a preservação da história da cidade. “Temos documentos que remontam ao início da câmara municipal, tudo o que foi realizado nas gestões dos prefeitos. Para um arquiteto que vem fazer um levantamento, ele encontra fonte, para um historiador que buscar saber como a cidade se desenvolver, a mesma coisa”, conta.
Uma curiosidade é a divulgação de uma nova lista na história de gestores no guia realizado pelo arquivo. “Tem uma lista que circula a internet, da sucessão de gestores que nossos documentos vão desmistificar. Tem muitos prefeitos em exercício que ficaram durante muito tempo, que assinaram portarias e decretos importantes”, fala.
A estudante de jornalismo Karla Karoline, da Universidade Federal de Sergipe, veio ao arquivo com colegas em busca de algumas imagens de Aracaju, que retratem como era a cidade e quais as mudanças que ela sofreu no decorrer do tempo. Ela explica que como futura jornalista, ter esse espaço de pesquisa é importante para levar a um público maior fatos históricos.
“Eu nasci em 1995 e não sei como era Aracaju no ano em que eu nasci. É importante ter essas documentações para no decorrer do tempo, se tiver alguma curiosidade ou alguma pesquisa, ter acesso e saber que antes não existia algo ali e com qual fundamento foi criado. Para conhecer um pouco sobre nossa história e de onde nós moramos”, diz.
Resgate Cultural
O arquivo recebeu doação de documentos diversos, incluindo fotografias de peças teatrais e manifestações culturais da década de 50 a 70. O legado veio da Sociedade de Cultura Artística de Sergipe pelas mãos de seu ex-presidente, José Carlos Teixeira. Mais de 756 fotos foram catalogadas.
O resgate da época da ditadura é revelado através dos artistas, seus costumes, trajes, a luta política, a efervescência cultural. “É fantástico esse acervo. É uma época que retrata a busca pela democracia, de poder expressar o que queria, pois havia muita censura. Em meio aos espetáculos, sempre havia policiais a paisana até para prender os artistas dependendo do conteúdo”, conta a coordenadora.
Fonte: AAN